Vozes Vivas da Amazônia

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🌙 Quando a Terra Acorda Antes da Gente

Uma madrugada de susto, movimento e humanidade em Tunja
Madrugada de Terra em Movimento
– A Experiência da Equipe TOARA Durante o Tremor em Tunja, Colômbia

Tunja, Boyacá – Colômbia.
A madrugada parecia silenciosa, gelada e comum na capital boyacense... até que o chão começou a contar outra história. Eram pouco mais de 3h quando a equipe da Revista TOARA, hospedada no 5º andar do Edifício Scala, foi despertada por um movimento estranho — um balanço súbito, firme, como se a cidade inteira tivesse respirado fundo e estremecido.
Ainda sonolento, ouvi a voz preocupada da minha companheira Marlene Borges:
"Você tá sentindo o prédio balançar?"

O quarto tremia. A cama se movia. E de repente, como cena de filme, um alarme estrondoso — daqueles que só vemos na ficção — começou a ecoar por todo o edifício. As paredes vibravam, os corredores se enchiam de passos rápidos, portas batendo, vozes apressadas, cachorros latindo — porque eles sempre percebem antes da gente.
A sensação era de pânico.
Não houve tempo de pensar em mala, roupas ou documentos. A Marlene ainda perguntou:
"Pegou o passaporte?"
E a única resposta possível era descer. Sair. Respirar fora dali.

Nunca usamos o elevador.
As escadas se tornaram nossa rota de fuga enquanto o prédio continuava balançando levemente, como se lembrando que o tremor poderia não ter terminado.
Lá embaixo, no térreo, a cena era marcante: vimos a cena que ficará marcada na memória:
Famílias inteiras desalojadas às pressas, pessoas vestindo o que puderam pegar, crianças assustadas, idosos amparados, e o frio cortante da madrugada andina envolvendo a todos. Mas havia também algo profundamente humano: solidariedade, empatia, olhos procurando conforto uns nos outros — como acontece também na Amazônia, quando as sirenes dos rios sobem ou a terra avisa.

No meio do caos, registramos um áudio real, captado no saguão, enquanto o porteiro tentava manter a calma e orientar todos. No registro, ouvimos moradores contando suas lembranças de outros tremores vividos, inclusive um sismo forte ocorrido em junho, às 8h da manhã, que durou cerca de 40 segundos — relatos que agora se misturavam ao medo presente.
O porteiro, com serenidade admirável, reforçava que era preciso aguardar. Foram mais de 30 minutos de incerteza até que enfim ele surgiu, apitou e anunciou:
"Ya pueden regresar a sus apartamentos."

O som do apito, ecoando pelo saguão, marcou não só o retorno ao edifício, mas também um momento de alívio coletivo — um respiro depois de sentir o peso da força da natureza.
Aquela madrugada em Tunja nos lembrou o quanto somos pequenos diante da terra.
Entre Andes e Amazônia, entre serras e rios, vivemos sempre sobre territórios vivos — que respiram, que se movem, que nos ensinam.
E também nos lembrou o valor da vida, da união e da escuta.
A experiência ficará guardada como um testemunho da força dos povos, dos lugares e das emoções que conectam nossas histórias.
Revista TOARA – Cinema, território e memória
Direto de Tunja, na cordilheira andina.
Tunja - Boyacá - Colombia
La Capital de la Hospitalidad Andina

Por Revista TOARA
Entre montañas azuladas, vientos fríos y un cielo que parece tocar la tierra, Tunja se revela como una de las ciudades más sorprendentes de la Colombia contemporánea. Ubicada en el corazón del departamento de Boyacá, la capital andina combina belleza natural, historia profunda, organización urbana ejemplar y una hospitalidad que conquista a cualquier visitante.
Para los brasileños que participan del 3º Cine Gavião – Brasil-Colombia, Tunja se ha convertido en algo más que un destino: es un hogar temporal, seguro, acogedor e inspirador.

Una ciudad limpia, segura y ejemplar
Desde los primeros días de inmersión, el equipo de TOARA y del Festival Cine Gavião percibió algo poco común:
Tunja respira cuidado.

Sus calles son limpias, ordenadas y bien señalizadas. La sensación de seguridad es constante — algo que impresiona especialmente a quienes llegan de grandes centros urbanos latinoamericanos. Caminar por Tunja, sea al amanecer o al anochecer, es una experiencia tranquila.
Las plazas están cuidadas, los parques son espacios vivos y las familias ocupan el espacio público con confianza.

La ciudad transmite un mensaje contundente:
cuando la gestión pública funciona, la vida cotidiana florece.

Hospitalidad que abraza
Pero no es solo la organización urbana lo que distingue a Tunja.
Lo que verdaderamente marca al visitante es su gente.

Comerciantes, profesores, artistas, servidores públicos, estudiantes y habitantes antiguos comparten un rasgo común: la cordialidad boyacense. La manera en que reciben, orientan, conversan y se ponen a disposición conquista a cualquier viajero.
Esa hospitalidad transforma una visita común en una experiencia afectiva.
Tunja es tierra de puertas abiertas — y eso se siente en cada esquina.
Bellezas históricas y culturales

Tunja es una joya arquitectónica. Su centro histórico conserva iglesias coloniales, museos y casas antiguas que guardan siglos de memoria. Entre sus lugares más emblemáticos destacan:

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Catedral Basílica Metropolitana Santiago de Tunja – una de las iglesias más antiguas de América.
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Iglesia de Santo Domingo y San Laureano – verdaderos tesoros del barroco boyacense.
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Plaza de Bolívar – corazón cívico, siempre vibrante.
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Museo Casa del Fundador Gonzalo Suárez Rendón – una ventana abierta al siglo XVI.
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Miradores naturales que revelan la grandeza de la ciudad en medio de valles y colinas.
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Universidad Pedagógica y Tecnológica de Colombia (UPTC) – orgullo académico que atrae estudiantes de todo el continente.

Cada recorrido es una lección de historia; cada fotografía, un registro vivo del alma boyacense.
Tunja y el futuro: la cultura como puente
Desde diciembre, el equipo organizador del 3º Cine Gavião participa en eventos culturales, actividades artísticas y acciones comunitarias realizadas en la ciudad. Es evidente que Tunja es un territorio fértil para la educación, la creatividad y el diálogo intercultural.
Por eso el festival, en su tercera edición internacional, eligió a Tunja como uno de sus escenarios principales:
la ciudad simboliza la unión entre tradición, modernidad y convivencia pacífica.

Tunja nos inspira
Para quienes vienen de la Amazonía brasileña — con sus aguas inmensas, su fuerza indígena y su rica narrativa — encontrar Tunja es descubrir una nueva forma de habitar y sentir América Latina.
Una ciudad que honra su pasado, valora su identidad y construye su futuro con organización, cultura y humanidad.

Tunja no es solo un lugar:
es una experiencia de belleza, cuidado y hospitalidad que merece ser celebrada.
📍 Edição Internacional – Revista TOARA
Correspondente: Robson Messias Lucas Santos – Missão Amazônica Colômbia/Brasil
EDIÇÃO COP30
A Amazônia que fala por si:
a força de Raoni e os ventos que sopram sobre Belém
Belém vive tempos históricos. A COP30 transformou a capital amazônica no centro do mundo — não apenas geográfico, como simbolicamente. Aqui, onde o vento carrega cheiro de rio, murmúrio de mangue e vozes ancestrais, a Amazônia voltou a dizer em alto e bom som: "a floresta não é território de concessão; é território de vida."

Entre tantas presenças internacionais, discursos, marchas e tensões, um nome ergueu-se mais alto que todos:
Cacique Raoni Metuktire, líder Kayapó, memória viva da floresta e guardião que atravessa gerações.
Raoni: a palavra que não se dobra
Na COP30, Raoni reafirmou o que sua trajetória sempre ensinou: o futuro da Amazônia não se negocia.
Com firmeza ancestral, criticou publicamente iniciativas de exploração petrolífera próximas à costa amazônica e enviou um recado direto ao Governo Federal — um gesto de coragem que ecoou dentro e fora dos espaços oficiais do evento.
Raoni não falou apenas como liderança política. Falou como quem conhece cada folha, cada peixe, cada espírito que habita o território. Falou como quem carrega nas rugas a história da resistência indígena contemporânea. Sua presença lembrava que a floresta tem dono, tem memória e tem voz — e que sua voz não será silenciada por interesses econômicos.

Uma lembrança pessoal:
O encontro com Robson Messias
Entre as milhares de imagens que circulam nesta COP, uma merece destaque especial: a foto de uma ocasião anterior em que Robson Messias esteve com o Cacique Raoni.
O registro não é apenas um retrato. Ele traz um diálogo silencioso entre a comunicação amazônica e a ancestralidade.
Na expressão de Raoni e no olhar atento de Robson, existe um compromisso mútuo: proteger, registrar e honrar a Amazônia real, aquela que vive para além dos discursos de palanque.
A Revista TOARA inclui essa imagem não como ilustração, mas como símbolo. É o encontro entre o Brasil profundo e o Brasil que resiste.
Belém no centro do mundo

A COP30 também marcou um gesto simbólico único: o IBGE lançou um novo mapa-múndi colocando Belém no centro do planeta.
Não é apenas cartografia — é reconhecimento.
É afirmação de que a Amazônia não está à margem: ela é o coração climático da Terra.
Na capital paraense, o mundo descobriu que discutir clima não é teoria: é o cotidiano de comunidades ribeirinhas, quilombolas, povos originários e juventudes que já vivem as consequências da devastação.
A juventude que grita e a tensão que surge
Durante a COP, movimentos do Baixo Tapajós, juventudes ecossocialistas e coletivos amazônicos organizaram mobilizações para denunciar:
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a exploração de petróleo na Amazônia,
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o avanço de projetos de impacto ambiental,
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e a falta de escuta às comunidades tradicionais.

Parte dessas ações tensionou o rígido controle da Zona Azul, área oficial administrada pela ONU.
Houve empurra-empurra, houve repressão, houve grito.
O que isso revela?
Que a Amazônia não cabe em protocolos diplomáticos.
Que jovens, lideranças e povos da floresta não aceitam ser espectadores da própria história.
A marcha pelo clima: o ato que veio da terra
Em paralelo, a Marcha pela Saúde e pelo Clima levou às ruas milhares de pessoas de forma pacífica, colorida e emocional.
Foi a Amazônia caminhando.
Foi o povo dizendo que clima é corpo, é vida, é alimento, é casa.
Os organizadores reforçaram que os incidentes posteriores não representavam a marcha — e isso mostra a diversidade dentro da própria resistência.

TOARA na COP30:
A voz da Amazônia que comunica
A Revista TOARA, como sempre, caminha pelo lado de quem sente a floresta pulsar.
Aqui, olhamos para a COP30 não como um grande evento internacional, mas como:
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um território de diálogo,
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um espaço de disputas,
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e sobretudo uma vitrine da verdadeira Amazônia — aquela que você, Robson Messias, fotografa, filma e vive diariamente.
Com Raoni à frente, com a juventude na rua, com Belém no centro do planeta, a COP30 deixa uma mensagem incontornável:
A Amazônia não é cenário: é protagonista.
E sua defesa é a única rota possível para o futuro.

🌎 Lula na Colômbia: solidariedade,
Amazônia e o chamado pela paz continental
Por Robson Messias

– Correspondente Internacional da Revista TOARA na Colômbia
Entre a névoa dos Andes e o sopro úmido da floresta, a Colômbia se prepara para um encontro que atravessa fronteiras e discursos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega ao país durante a COP — não apenas como líder político, mas como voz da solidariedade latino-americana, levando apoio diplomático à Venezuela e defendendo o caminho da paz diante das tensões que se ampliam na região.
Enquanto o mundo discute metas climáticas e acordos de carbono, Lula carrega uma mensagem mais profunda: a Amazônia e a América do Sul precisam respirar juntas — em equilíbrio, soberania e diálogo.
🌿 O chamado da Amazônia em meio à crise continental
Segundo o chanceler brasileiro, a presença de Lula na Colômbia tem como propósito "manifestar apoio e solidariedade à Venezuela", reforçando a posição do Brasil contra qualquer forma de intervenção armada.
O presidente deverá alertar que a guerra nunca será solução para os problemas da América do Sul, e que o caminho do continente deve continuar sendo o da integração e da diplomacia.
"A Amazônia é habitada por quase 50 milhões de pessoas e mais de 300 idiomas. Essa diversidade é o maior patrimônio que o mundo precisa compreender e proteger",
declarou Lula recentemente, lembrando que a paz e o equilíbrio ambiental caminham lado a lado.
Enquanto isso, a escalada da tensão entre os Estados Unidos e o governo venezuelano acende sinais de alerta na diplomacia brasileira.
A movimentação militar norte-americana na costa do Caribe preocupa os países amazônicos, que veem no diálogo o único caminho possível para preservar a soberania e a vida nos territórios da floresta.

🕊️ O olhar amazônico da Revista TOARA
Direto de Bogotá, o jornalista Robson Messias, correspondente internacional da Revista TOARA, acompanha de perto os bastidores da viagem.
De acordo com ele, a presença de Lula neste momento simboliza muito mais que uma ação diplomática — é um gesto político e espiritual de reconexão entre os povos da Amazônia continental.
"Quando Lula pisa na Colômbia, ele cruza as veias da mesma floresta que corre entre Brasil, Peru e Venezuela.
A mensagem é clara: a Amazônia é uma só, e sua defesa começa pela união dos povos.
O que se discute aqui não é só política — é o futuro da vida."
— Robson Messias, Revista TOARA
🌍 Diplomacia, clima e integração
Apesar das tensões, o Itamaraty reforçou que as negociações comerciais e ambientais entre Brasil e Venezuela continuam, com encontros técnicos em andamento e novas reuniões previstas, inclusive durante a próxima cúpula do G7, no Canadá.
O gesto de Lula ao visitar a Colômbia durante a COP é interpretado como um recado de equilíbrio e liderança sul-americana — o Brasil quer diálogo, não conflito; integração, não isolamento.
Na rota até Belém, sede da COP 30, o presidente reafirma a visão de que a Amazônia é o centro do mundo — não apenas por sua biodiversidade, mas por ser o território simbólico onde paz, clima e humanidade se encontram.
🌳 Conclusão
A presença de Lula em Bogotá reacende o espírito da solidariedade continental.
Em meio às tensões geopolíticas, o Brasil surge como voz de ponderação e ponte de entendimento — e a Amazônia, como sempre, é o coração que pulsa por trás de toda a diplomacia.
Da Colômbia à floresta brasileira, o eco é o mesmo:
sem paz, não há clima; sem floresta, não há futuro.
📍 Edição Internacional – Revista TOARA
Correspondente: Robson Messias Lucas Santos – Missão Amazônica Colômbia/Brasil
Fotos: Acervo TOARA / Agência Brasil / Palácio do Planalto

🌎 COP 30: A Amazônia no centro do mundo
Por Robson Messias – Revista TOARA
Belém do Pará se prepara para viver um dos momentos mais históricos da sua trajetória: sediar a COP 30, a conferência do clima das Nações Unidas que vai reunir líderes de mais de 190 países em plena Amazônia brasileira. E, nesta virada de tempo e consciência, a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se torna símbolo de esperança para um planeta que clama por equilíbrio, justiça e preservação.
A conversa com Lula e o sentido da Amazônia
Em uma conversa marcada pela emoção e pelo compromisso com o futuro, o presidente Lula destacou que a COP 30 será a COP da Verdade, aquela que colocará a floresta, os povos e a vida no centro das decisões globais.

"A Amazônia não é o problema, ela é a solução. E é hora do mundo olhar para nós com respeito, não com cobiça", afirmou o presidente.
Essas palavras ressoam como um chamado à responsabilidade compartilhada. E, para a Revista TOARA, que há anos percorre os rios e trilhas do Tocantins e do Araguaia, esse diálogo representa mais do que uma pauta — é um reencontro com o próprio sentido de existir enquanto comunicadores da Amazônia.
Robson Messias e a missão pela América do Sul
Neste momento, Robson Messias, fotógrafo, jornalista e diretor da Revista TOARA, e Marlene Borges pesquisadora Doutorando em Educacão na Amazônia (UFAM/UEA BRASIL, UPTC COLÔMBIA) está em missão pela Colômbia, onde pesquisa o ecossistema amazônico continental, suas conexões transfronteiriças e o papel das comunidades tradicionais na defesa da floresta.

"Entender a Amazônia como um corpo único — que atravessa países, povos e rios — é essencial para compreender o impacto da COP 30. A floresta é uma só, e o planeta depende dela", reflete Robson.
A missão faz parte de um trabalho de intercâmbio ambiental e cultural que visa unir experiências entre Brasil, Colômbia, Peru e Equador — todos territórios que compartilham a mesma alma verde da Amazônia.

Belém: palco da esperança
Com a COP 30, Belém se transforma na capital mundial da sustentabilidade. A cidade se prepara para receber delegações de todo o planeta, e com elas, uma onda de iniciativas culturais, científicas e sociais que irão ecoar além dos salões diplomáticos.
A presença de Lula, nesse contexto, simboliza o retorno do Brasil à liderança climática global. Suas falas têm inspirado o debate sobre transição energética, proteção das florestas, economia verde e justiça climática, especialmente com a inclusão de indígenas, quilombolas e ribeirinhos no processo de decisão.

O desafio do século
Os dados são claros: o planeta vive o momento climático mais delicado da história recente. O aumento das temperaturas, as secas severas, os desmatamentos e as crises humanitárias exigem respostas urgentes. A COP 30, realizada no coração da Amazônia, representa uma oportunidade única de reposicionar o Brasil — e, sobretudo, de mostrar ao mundo que a floresta é um projeto de vida.
Como diz Robson Messias:
"A Amazônia é um espelho da humanidade. Se ela adoece, o planeta inteiro sente. A COP 30 é o momento de curar essa relação entre o homem e a natureza."

A Amazônia unida
Da Colômbia a Belém, dos rios Araguaia e Tocantins às águas do Putumayo, o que se vê é uma teia viva de culturas, florestas e saberes ancestrais. Essa Amazônia continental que a Revista TOARA atravessa é também a essência da COP 30: um chamado à união dos povos e à defesa da vida.
E quando o mundo inteiro se reunir na floresta, talvez compreenda que a Amazônia não é apenas um território — é um coração que pulsa pelo futuro da Terra.

📍Revista TOARA – Comunicação, Cultura e Meio Ambiente Amazônico
Texto e fotos: Robson Messias Lucas Santos
Missão Amazônica TOARA – Colômbia/Brasil 2025
Cultura en Movimiento: Noche de Museos en Boyacá y Tunja
Cultura em Movimento: Noite de Museus em Boyacá e Tunja
Texto: Revista TOARA | Correspondencia Internacional - Robson Messias - Marlene Borges

El pasado viernes, 26 de septiembre de 2025, la ciudad de Tunja, capital de Boyacá, brilló con un resplandor especial. Calles, plazas y museos se abrieron al pueblo en una celebración cultural inédita por su alcance: la Primera Noche Departamental de Museos, con más de 25 espacios en diferentes provincias, y la Segunda Noche de Museos en Tunja, que reunió 21 lugares emblemáticos de la capital.
Na última sexta-feira, 26 de setembro de 2025, a cidade de Tunja, capital de Boyacá, foi tomada por um brilho especial. Ruas, praças e museus abriram-se para o povo em uma celebração cultural inédita em seu alcance: a Primeira Noite Departamental de Museus, envolvendo mais de 25 espaços em diferentes províncias, e a Segunda Noite de Museus em Tunja, que reuniu 21 lugares emblemáticos da capital.


Lo que se vivió fue más que una agenda cultural: fue el turismo latiendo en las venas de la ciudad. Familias, jóvenes, estudiantes, investigadores y turistas llenaron plazas y corredores históricos, reafirmando que el patrimonio vive cuando es compartido.
O que se viu foi mais que uma agenda cultural: foi o turismo pulsando pelas veias da cidade. Famílias, jovens, estudantes, pesquisadores e turistas lotaram praças e corredores históricos, reafirmando que o patrimônio vive quando é compartilhado.

La importancia de estos momentos va más allá del encanto estético. El turismo cultural tiene la fuerza de propagar conocimiento, valorar la memoria colectiva y fortalecer la identidad de los pueblos. Cada visita a un museo es también un viaje en el tiempo, una conexión entre pasado y presente, una oportunidad de repensar el futuro desde la herencia de quienes nos precedieron.
A importância desses momentos vai além do encantamento estético. O turismo cultural tem a força de propagar conhecimento, valorizar a memória coletiva e fortalecer a identidade dos povos. Cada visita a um museu é também uma viagem no tempo, uma conexão entre passado e presente, uma chance de repensar o futuro com base na herança de quem veio antes.

Para el equipo de la Revista TOARA, estar presente en esta celebración fue sumergirse en una experiencia inolvidable. Nuestra corresponsal, Marlene Borges, acompañó de cerca el movimiento de las plazas abarrotadas y la energía contagiante del público. En sus palabras: "estar aquí es sentir que la cultura es un río vivo, y que el turismo, cuando está comprometido con la memoria, se convierte en un puente entre los pueblos".
Para a equipe da Revista TOARA, estar presente nesta celebração foi mergulhar em uma experiência inesquecível. Nossa correspondente, Marlene Borges, acompanhou de perto o movimento das praças lotadas e a energia contagiante do público. Em suas palavras, "estar aqui é sentir que a cultura é um rio vivo, e que o turismo, quando comprometido com a memória, se torna ponte entre os povos".

Tunja nos ofreció no solo una noche de museos, sino una aventura cultural que amplía horizontes, mostrando que el turismo, cuando está guiado por el arte y la historia, tiene el poder de transformar miradas y acercar continentes.
Tunja nos ofereceu não apenas uma noite de museus, mas uma aventura cultural que amplia horizontes, mostrando que o turismo, quando guiado pela arte e pela história, tem o poder de transformar olhares e aproximar continentes.

Boyacá y Tunja dieron un ejemplo al mundo: cuando la ciudad abre sus puertas a la cultura, quien gana es toda la humanidad.
Boyacá e Tunja deram um exemplo ao mundo: quando a cidade abre suas portas para a cultura, quem ganha é a humanidade inteira.
📰 Revista TOARA – Especial
O Poder do Intercâmbio Cultural no 3º Cine Gavião – Brasil–Colômbia
El Poder del Intercambio Cultural en el 3º Cine Gavião – Brasil–Colombia

🌿 Português
O 3º Cine Gavião – Donde la Selva Encuentra las Montañas nasce como um espaço de afirmação da vida, da arte e da resistência dos povos que habitam duas Amazônias distintas, mas igualmente ricas em diversidade, saberes e ancestralidade.
🎥 Mais do que um festival, o Cine Gavião é um território de encontro, onde cada obra apresentada – seja um curta, um documentário, uma narrativa feita com smartphone ou com câmera de 25 milímetros – carrega em si a voz e o olhar de quem vive e sente a floresta. Cada filme é testemunho, memória e esperança.
🌍 Este intercâmbio Brasil–Colômbia representa a oportunidade de mostrar ao mundo que, apesar das fronteiras, compartilhamos os mesmos desafios e a mesma força de nossos povos tradicionais. São histórias de luta, resistência, espiritualidade e beleza que se entrelaçam e se reconhecem.
✨ No Cine Gavião, não importa a cor, a circunstância ou a técnica: importa a verdade de cada narrativa. Aqui, cada participante encontra um espaço de valorização e respeito, onde suas obras são não apenas exibidas, mas também apreciadas como parte de uma grande rede de irmandade cultural latino-americana.
🎬 O cinema, neste festival, é a ponte que une vidas, territórios e sonhos.

🌿 Español
El 3º Cine Gavião – Donde la Selva Encuentra las Montañas nace como un espacio de afirmación de la vida, del arte y de la resistencia de los pueblos que habitan dos Amazonas distintas, pero igualmente ricas en diversidad, saberes y ancestralidad.
🎥 Más que un festival, el Cine Gavião es un territorio de encuentro, donde cada obra presentada – sea un cortometraje, un documental, una narrativa hecha con smartphone o con cámara de 25 milímetros – lleva en sí la voz y la mirada de quien vive y siente la selva. Cada filme es testimonio, memoria y esperanza.
🌍 Este intercambio Brasil–Colombia representa la oportunidad de mostrar al mundo que, a pesar de las fronteras, compartimos los mismos desafíos y la misma fuerza de nuestros pueblos tradicionales. Son historias de lucha, resistencia, espiritualidad y belleza que se entrelazan y se reconocen.
✨ En el Cine Gavião, no importa el color, la circunstancia o la técnica: importa la verdad de cada narrativa. Aquí, cada participante encuentra un espacio de valorización y respeto, donde sus obras no solo son exhibidas, sino también apreciadas como parte de una gran red de hermandad cultural latinoamericana.
🎬 El cine, en este festival, es el puente que une vidas, territorios y sueños.
CAEC promove jornada de diálogo e fortalecimento político-pedagógico na Educação do Campo com foco em direitos e identidade amazônica

Por Robson Messias – Ciências Humanas e Sociais
A manhã do Dia do CAEC — Centro Acadêmico da Educação do Campo — começa com um gesto simples, porém simbólico: um café coletivo às 8h, do dia 30 de julho partilhado entre vozes que representam o mosaico vivo da Amazônia. De 2022 a 2025, estudantes indígenas, quilombolas, ribeirinhos, camponeses e extrativistas se reunirão em um mesmo espaço para reafirmar suas identidades e reforçar as pautas urgentes da Educação do Campo.

O encontro, que também contará com a presença de docentes e representantes da coordenação do curso, será marcado por escuta, proposição e construção coletiva. Segundo a coordenação, a expectativa é que o evento avance nas reivindicações históricas, criando estratégias de enfrentamento e resistência diante dos desafios que ainda atravessam os territórios da educação popular na Amazônia.

Em uma região marcada por desigualdades históricas, o CAEC tem se colocado como uma ferramenta de articulação política, acadêmica e comunitária, fortalecendo as vozes que tradicionalmente foram silenciadas. A realização do evento reafirma o compromisso com uma educação libertadora, que reconhece os saberes da terra, das águas e das ancestralidades.

Um dos destaques da programação será a oficina de Currículo Lattes, aberta a todos os discentes da Educação do Campo. A proposta da atividade é contribuir com o fortalecimento da presença acadêmica dos sujeitos do campo nas plataformas institucionais de pesquisa e extensão, resgatando a potência dos saberes tradicionais em diálogo com a ciência formal.
Além disso, será apresentado um importante avanço: a conquista de um espaço físico de diálogo permanente e construção coletiva, fruto de esforço dos estudantes em articulação com docentes engajados. A ação será celebrada não apenas como uma conquista simbólica, mas como uma vitória prática na luta por uma universidade mais inclusiva, territorializada e coerente com as realidades amazônicas.
A reunião preparatória contou com a presença ativa de lideranças estudantis de diferentes turmas, entre elas:
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Dougleane Lima (Matemática – 2023)
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Eva Moraes (Letras e Linguagens – 2022)
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Ederly Machado (Matemática – 2022)
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Tiago Cabral (Matemática – 2023)
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Almir Bernal (Ciências Humanas e Sociais – 2024)
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Robson Messias (Ciências Humanas e Sociais)
Todos e todas se colocaram à disposição para contribuir com os processos coletivos, firmando o compromisso de ajudar a construir uma educação do campo viva, decolonial e participativa, alinhada aos princípios da pluralidade cultural e da justiça social.
Mais que um evento, o Dia do CAEC se firma como uma trincheira pedagógica e política, onde os filhos e filhas da Amazônia reivindicam seu lugar no mapa da universidade, da ciência e da cidadania.

Eles agora ensinam e produzem:
Parakanã encerram curso de magistério com saber, dança e agroecologia
Por Robson Messias Lucas Santos – Revista TOARA

Sob os cantos cerimoniais dos Awaeté Parakanã e o perfume do peixe assado, foi encerrado com grande emoção o Curso Técnico em Magistério Indígena oferecido pelo IFPA – Campus Marabá Rural. A cerimônia, realizada na Terra Indígena Parakanã, selou uma jornada de três anos de estudos intensos, em regime de alternância pedagógica, que formou jovens e adultos para ensinar nas próprias aldeias, com base em seus territórios, línguas e modos de vida.
O momento foi de festa e afirmação cultural: pinturas corporais, cocares coloridos, danças rituais, maracás e o brilho nos olhos de quem carrega o orgulho de se tornar educador de seu próprio povo.
Além da formação em magistério, os estudantes também participam do Curso Técnico em Agroecologia, ofertado pelo IFPA na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Durante a cerimônia de conclusão, foi apresentado um produto agroecológico fruto do aprendizado coletivo, simbolizando a integração entre conhecimento pedagógico e sustentabilidade tradicional.
Essa iniciativa mostra que a educação indígena não se limita à sala de aula, mas se espalha pela roça, pelo rio, pela memória oral, pelo manejo da terra e pela partilha da vida. A agroecologia aqui não é apenas técnica — é pertencimento.
Educação que nasce da floresta
"O saber está voltando para a aldeia em forma de escola viva", destacou o professor Ribamar, um dos orientadores do projeto:
"Formar professores indígenas é mais do que um ato pedagógico — é um gesto político, de autonomia. Eles agora têm domínio da sala de aula, domínio do currículo, domínio de sua própria história."
A cerimônia foi conduzida à maneira Parakanã, com a presença de caciques, anciãos, familiares e educadores. Entre os formandos, cinco são coxoa (termo em xe'eng'a para mulheres), que emocionaram a comunidade com palavras fortes sobre o papel feminino na educação das futuras gerações.
O encerramento marcou também a demonstração, por parte dos alunos, da capacidade de conduzir uma aula, mostrar domínio do planejamento pedagógico e aplicar a didática a partir de uma base bilíngue e multicultural.
Reconhecimento que ainda falta
Apesar da conquista, permanece o desafio do reconhecimento institucional por parte da Secretaria Municipal de Educação de Novo Repartimento – PA, onde muitos dos formandos vivem. A ausência de efetivação como professores nas escolas indígenas da região mostra que ainda há um longo caminho entre a formação e a valorização profissional.
Mesmo assim, a força da cerimônia mostra que o movimento é irreversível: o conhecimento voltou para a aldeia, agora em forma de professores e produtores conscientes, com identidade e ciência amazônica.
A Amazônia ensina a si mesma
No final da celebração, entre danças e música tradicional, professores do IFPA também foram pintados e convidados a dançar, quebrando as fronteiras do formal e assumindo o lugar da escuta e do afeto.
O peixe assado foi servido em mutirão, e os alunos entregaram orgulhosamente os produtos agroecológicos desenvolvidos como parte do curso técnico — prova viva de que a educação pode, sim, transformar e alimentar.
A Revista TOARA reconhece esse momento como um passo fundamental na construção de uma Amazônia que ensina a si mesma, que valoriza sua diversidade, e que rompe com séculos de silenciamento. Quando o professor é o próprio povo, o futuro tem raízes.
Marabá escuta suas raízes:
Mulheres, coletivos e movimentos constroem caminhos para igualdade e justiça racial
Por Marlene Borges – Redação TOARA
Fotos: Robson Messias

"Essa conferência não é apenas uma iniciativa institucional. Ela nasce do diálogo direto com os coletivos negros, acadêmicos, militantes e movimentos sociais do município. É uma construção feita de baixo para cima, respeitando o princípio de que nada deve ser feito sobre nós sem nós."
Com essas palavras firmes e simbólicas, Alda Martins, assessora técnica da organização da conferência, definiu o espírito da 1ª Conferência Municipal de Promoção à Igualdade Racial de Marabá, realizada no dia 25 de junho de 2025, no Teatro Municipal Eduardo Abdonor.
O encontro reuniu lideranças sociais, militantes do movimento negro, pesquisadoras, gestoras públicas e representantes da diversidade étnico-racial amazônica, reafirmando que a promoção da igualdade racial é uma construção coletiva e histórica.

Democracia com o pé no chão da Amazônia
Para Rosalina Izoton, representante do Grupo Arcoíris da Justiça, discutir igualdade racial hoje também é falar de democracia, de gênero e das conquistas das mulheres negras:
"Essa conferência é espaço de resistência. É sobre nós, por nós e com nós. A igualdade racial precisa estar interligada ao combate ao machismo, ao capacitismo, à LGBTQIA+fobia e à negação de direitos básicos."
Sueli Lara, coordenadora municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, destacou que momentos como este não podem ser tratados com superficialidade:
"É um momento importante, que deve ter uma atenção mais do que especial, pois é nesse tipo de construção que nascem as políticas reais, feitas para quem mais precisa."
A simbólica Dona Ana Luíza, do Grupo Raízes de Marabá, emocionou o público ao afirmar que vê na conferência "o caminho para o que ainda virá". Guardiã da oralidade e da ancestralidade do bairro Cabelo Seco, ela representa o elo entre tradição e futuro.
Política pública que nasce do povo
A conferência, cujo tema foi "Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Social", teve como propósito reunir diferentes segmentos da população — juventudes negras, lideranças quilombolas, indígenas, gestores e ativistas — para discutir propostas concretas de combate ao racismo e promoção da equidade.
Um dos pontos centrais defendidos pelos participantes foi a criação do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, com caráter deliberativo, garantindo que as decisões e os recursos estejam em sintonia com as necessidades reais da população negra marabaense.

Flávia, ativista vinculada ao Movimento Negro Unificado (MNU), à Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) e ao NEABI, reforçou a dimensão estratégica do evento:
"Avalio como muito importante. A proposta da conferência, além de promover o diálogo, tem o compromisso de transformar as proposições em política pública. E isso é urgente numa sociedade onde o racismo ainda opera como estrutura invisível e cruel."
Avanços, memórias e continuidade

A realização da conferência representa um passo simbólico, mas também concreto, na consolidação de uma política de escuta e reparação histórica em Marabá. As propostas construídas em grupos de trabalho ao longo do dia serão levadas à etapa estadual, fortalecendo a atuação local dentro da política nacional de igualdade racial.
A fala da TOARA
Como lembrou Marlene Borges, redatora da Revista TOARA:
"As conferências públicas são momentos de escuta, diálogo e construção coletiva. Estes espaços são frutos de muita luta, especialmente do movimento negro, e são fundamentais para fortalecer o controle democrático das políticas públicas e combater o racismo estrutural."

"Aproveito esse momento para abraçar, com carinho e companheirismo, as amigas de caminhada, como a valorosa Katia, mulher preta, firme e generosa, com quem aprendi que a luta coletiva floresce no cuidado mútuo e no sonho comum de justiça."

Encanto na Selva Amazônica: O Parque Estadual do Utinga, um Tesouro Verde no Coração de Belém

No batuque da floresta e no sopro do vento das matas, a caravana da FEBTUR embarcou numa jornada mágica rumo ao coração verde de Belém: o Parque Estadual do Utinga "Camillo Vianna", joia encantada da Amazônia paraense. Criado lá pelos idos de 1993, como Parque Ambiental de Belém, e rebatizado em 2008, esse santuário é guardião fiel dos lagos Bolonha e Água Preta — fontes de vida que abastecem quase 70% da Região Metropolitana da capital paraense.

Localizado no bairro Curió-Utinga, o parque é mais que um refúgio natural. É palco de encontros com a biodiversidade, onde o SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) reconhece como Unidade de Proteção Integral, da categoria de Parque, voltado à preservação de ecossistemas de rara beleza e valor ecológico.

No centro de acolhimento, onde tudo começa, o grupo foi recepcionado com carinho e sabedoria pela equipe de guias, que abriu caminho para uma verdadeira aula viva de natureza. A trilha principal, com seus quase 4 km, é o fio condutor de um roteiro de encantos: começa ali e se estende até o Recanto da Volta — à beira do lago Água Preta, com paisagem de tirar o fôlego.

Lá, entre o murmúrio das águas e o canto das aves, o visitante encontra um oásis: lanchonete acolhedora, o romântico Casebre dos Namorados, e o Mirante do Lago — ponto alto da contemplação e do descanso. Um verdadeiro abraço da floresta no espírito do visitante.

Mas a mágica não para por aí. O passeio mais encantador vem sobre rodas: bicicletas artesanais com um carrinho acoplado levam idosos e pessoas com dificuldade de locomoção trilha adentro. Com um condutor voluntário, o passeio dura cerca de 45 minutos, com paradas para fotos, risos e hidratação. É um passeio feito com o coração.

E como toda boa história amazônica, não faltou sabedoria ancestral. Dentro do parque, o Museu Indígena Memorial Verônica Tembè é um verdadeiro templo de conhecimento, onde um professor, com alma de xamã e paixão de educador, ensinou sobre os povos da floresta e seus saberes — encerrando a visita com uma grande aula, viva e encantada.
O Parque Estadual do Utinga é mais do que uma área de conservação. É um pedaço vivo da Amazônia que pulsa entre os arranha-céus de Belém. É selva, é cidade, é água, é alma. É o abraço da natureza no peito da metrópole.

E é claro que em tempos modernos, a selfie é quase ritual. Quem que o diga é o jornalista Hélio Costa, o verdadeiro campeão da selfie, que não perde uma paisagem, uma expressão, uma luz do entardecer sem eternizar no clique. Desta vez, ele levou consigo não só a câmera, mas também as águas encantadas do Utinga e a densa vegetação amazônica, que, a qualquer momento, pode esconder um mistério — um som entre as folhas, um brilho sobre o lago, um sussurro da mata...
Com o celular em punho e o coração aberto, Hélio Costa captou não só imagens, mas também emoções. Porque ali, no meio da floresta urbana de Belém, cada selfie carrega mais do que um rosto — carrega uma história, uma conexão com a natureza e o olhar de quem se deixa envolver pelo encanto da Amazônia.

A Máquina do Olhar: Entre a Púrpura e a Selva, o Encanto Capturado por Marlene Borges e Robson Gavião
Numa travessia entre o concreto e a floresta, dois nomes se destacam por eternizar o invisível: Marlene Borges e Robson Gavião. Com o toque preciso de quem conhece a alma da Amazônia, eles transformam imagens em poesia, momentos em eternidade. A lente de Robson, conhecida como "a máquina do olhar", vai além da superfície — ela mergulha, penetra, revela.

Neste último registro da caravana no Parque Estadual do Utinga, suas fotos não apenas capturaram paisagens, mas sim, histórias. Uma vegetação que sussurra mistérios, águas que guardam encantos antigos, o entardecer que explode em tons de púrpura, como se a própria floresta se vestisse para o espetáculo. E foi exatamente aí, "além da púrpura", que Robson Gavião encontrou o silêncio mágico entre uma árvore e outra, entre um clique e um suspiro.

Marlene Borges, com sua sensibilidade afiada e olhar observador, completou essa sinfonia visual com palavras, curadoria e presença. Juntos, criaram não só um registro, mas um manifesto visual da beleza amazônica, uma ode à natureza e à potência do olhar artístico.
É esse olhar que enxerga o que muitos deixam passar — e que nos lembra que, no coração da floresta, cada folha, cada reflexo, cada raio de luz é uma obra de arte em constante criação.
Nada disso seria possível sem o apoio generoso dos nossos patrocinadores e o envolvimento fundamental da FEBTUR Pará, sob a liderança inspiradora de Christina Hayne, presidente estadual da entidade, cuja dedicação à promoção do turismo cultural amazônico é exemplo de compromisso e visão. Estendemos também nossa mais profunda reverência ao Sr. Gorgônio Loureiro, presidente nacional da FEBTUR, cuja presença simbólica e força institucional fortalecem cada passo dessa jornada. A todos, nosso sincero agradecimento por acreditarem na cultura, na memória e na beleza que nasce das raízes da Amazônia.


Belém, Capital da FEBTUR: Entre Encontros, Sabores e Encantos Amazônicos
13/06 Belém do Pará - Por Robson Messias Texto e Fotos


A cidade das mangueiras vestiu-se de festa e saber para receber o II Congresso Nacional de Jornalistas e Comunicadores de Turismo – FEBTUR. Belém, essa senhora ancestral de rios largos e ruas sonoras, abriu suas portas como se abre um livro antigo e perfumado, onde cada página guarda um segredo amazônico.

Entre tantas cenas marcantes nos corredores do Ver-o-Peso, uma chamou atenção pela força simbólica e espiritual: o jornalista Hélio Costa, da Paraíba, recebeu das mãos da lendária Beth Xeirozinha não apenas um banho de ervas, mas uma bênção ancestral. Com suas rezas sussurradas entre folhas verdes e cheiros intensos, Beth — patrimônio vivo do mercado — compartilhou seu saber com respeito e ternura, como quem rega uma planta rara.

Beth Xeirozinha não é apenas uma benzedeira. Ela é uma enciclopédia viva das ervas amazônicas, herdeira de saberes que passam de geração em geração pelas mulheres que fazem do Ver-o-Peso um templo a céu aberto. Suas mãos calejadas preparam banhos, seus olhos lêem as pessoas como quem lê os ventos, e suas palavras são poesia medicinal. Quem a encontra ali, entre barracas de patichuli, arruda, guiné e açaí, sai transformado.

O jornalista Hélio Costa, emocionado, descreveu o momento como um encontro de mundos: o jornalismo com a espiritualidade, o nordeste com o norte, a informação com a intuição. “Recebi essa bênção como um presente da Amazônia, um chamado à escuta mais profunda dos territórios e das pessoas que os habitam”, afirmou.

Esse instante resume a alma do Congresso: não basta comunicar sobre o turismo, é preciso vivê-lo com verdade, respeito e conexão. E é nesse ritmo — entre debates técnicos e abraços de cheiro — que a FEBTUR segue, navegando pelos rios da sabedoria popular e da comunicação consciente.
Belém, com seus mistérios e afetos, está mais uma vez cumprindo seu papel: ser palco e oferenda. A cidade pulsa, e a FEBTUR pulsa com ela — entre encantos, cheiros e bençãos.

Depois de debates calorosos, rodas de conversa e reflexões sobre o papel do turismo sustentável e da comunicação no fortalecimento das identidades regionais, os participantes da FEBTUR se lançaram ao que Belém tem de mais autêntico: sua própria alma.


Depois do Amanhecer, os Tambores: Belém recebe o II Congresso Nacional de Jornalistas e Comunicadores de Turismo – FEBTUR
Depois do amanhecer, os tambores.
O dia nasceu em Belém do Pará com cheiro de mato molhado, gosto de tucupi e o som quente do carimbó ecoando nas almas que chegaram de todos os cantos do Brasil. O II Congresso Nacional de Jornalistas e Comunicadores de Turismo – FEBTUR se abriu como um livro de encantarias e saberes, revelando a força da Amazônia para um país inteiro de olhos atentos e ouvidos abertos.


Ao fundo, o cheiro do açaí grosso como o rio Guamá se misturava ao jambu que arrepiava a boca e à fervura viva do tucupi borbulhando nas panelas. Belém, sempre ritualística, foi palco e oferenda para esse grande momento de reflexão, identidade e resistência.



Amanhecer em Belém: Boas-vindas ao II Congresso Nacional de Jornalistas e Comunicadores de Turismo – FEBTUR

As ruas da capital paraense ganham outro ritmo com a chegada de cada um de vocês. São passos que se somam à história de uma cidade que respira memória, diversidade e futuro. Belém acolhe com o perfume do tucupi, o sabor da castanha, o som das guitarradas e o sorriso de seu povo.
Sejam bem-vindas e bem-vindos à Belém do Pará. Que este congresso seja um marco de reflexões profundas, trocas frutíferas e descobertas encantadoras. Que cada amanhecer aqui inspire novas formas de comunicar, de narrar, de viver e promover o turismo com responsabilidade e paixão.
Belém: coração amazônico que pulsa carimbó, sabores e comunicação
Texto: Carvalho, M.B e Santos R.M.L. "Revista TOARA | Edição Especial FEBTUR |
Belém – Amazônia Viva 09/06/2025".

Aqui em Belém do Pará, onde o tucupi ferve na panela, o jambu arrepia a boca e o açaí corre grosso como o próprio rio Guamá, a cultura pulsa forte como um tambor de carimbó. É neste solo onde o brega rasgado encontra o siriá, onde as tradições ribeirinhas dançam com o moderno, que se abre o palco perfeito para esta edição histórica do II Congresso Brasileiro de Jornalistas e Comunicadores de Turismo da FEBTUR.

Belém não é apenas cidade — é floresta viva, é mercado, é cheiro de chuva, é canto de pássaro e batuque de gente. Os tambores que ecoam pelas matas e rios anunciam que esta terra é lugar de encontro, de escuta e de potência criadora.

Nas próximas horas, comunicadores de todos os cantos do Brasil irão mergulhar juntos nesse turbilhão de saberes, sons, sabores e sentimentos, trocando experiências, firmando alianças e construindo pontes duradouras para o futuro da comunicação turística.

Com a força da Amazônia, com a bênção das águas e com a palavra viva dos que comunicam com o coração, a Revista TOARA se faz presente, pulsando junto com essa revolução comunicacional em terras paraenses.
Apoio Institucional – II Congresso da FEBTUR
Revista TOARA: Vozes Vivas da Amazônia

Realizado na pulsante capital paraense — onde o cheiro do tucupi encontra o som dos tambores — o II Congresso Brasileiro de Jornalistas e Comunicadores de Turismo da FEBTUR ganha vida com o apoio de instituições que reconhecem a potência da comunicação amazônica.
Com patrocínio do Ministério do Turismo, Sebrae Pará e Equatorial Energia, o evento conta ainda com o apoio essencial do Governo do Estado do Pará, por meio das Secretarias de Turismo, Cultura e Comunicação, além das Prefeituras de Belém (via Semcult), Augusto Corrêa e Salinópolis.
Somam força ao movimento de valorização do turismo sustentável:
🌿 Fecomércio/PA
🌿 FBHA/CNC
🌿 Sudam
🌿 Vale
🌿 Hotel Beira Rio
🌿 Casa de Saulo
🌿 Carvalhos Tur
🌿 Henvil Transportes
🌿 Point do Açaí
🌿 Instituto Aupaba
🌿 Monotour Turismo
🌿 Belém Convention & Visitors Bureau
🌿 ABEOC Brasil
🌿 Sítio Raiz
🌿 LocMil Turismo
🌿 VerdeMar
🌿 Zoe Soluções Digitais
"Estamos prontos para realizar um congresso histórico. A participação de destinos como Salinas mostra a força e a diversidade do Pará no cenário turístico brasileiro", ressalta Gorgônio Loureiro, presidente nacional da FEBTUR.


Lourenção à beira da morte: vozes que ecoam.
“Não temeremos beleza natural?
Texto: Marlene Borges
Fotos: Robson Messias


🌿 Partiu um Guerreiro da Floresta
A despedida de Haprã Gavião, jovem liderança indígena do Pará

Uma tragédia silenciou parte da esperança do povo Gavião neste sábado, 31 de maio. Faleceu o jovem Haprã Gavião, liderança indígena promissora, após um grave acidente automobilístico ocorrido na BR-222, no trajeto entre Marabá e a Aldeia Mãe Maria, território sagrado dos Gavião Parkatejê, no município de Bom Jesus do Tocantins (PA).
O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem de um caminhão boiadeiro, momento em que o veículo em que Haprã estava colidiu de forma violenta. Ainda com vida, ele foi socorrido e levado ao hospital Climec, em Marabá. Apesar dos esforços médicos e da preparação para transferência ao Hospital Regional do Sudeste do Pará, o quadro se agravou rapidamente, e o jovem não resistiu.
Com apenas 30 anos, Haprã era natural de Bom Jesus do Tocantins e reconhecido como uma das vozes mais promissoras da juventude indígena amazônica. Lutava com firmeza pela valorização da cultura e dos direitos dos povos originários, mas sem abrir mão do diálogo com as estruturas institucionais. Cursou parte da graduação em Direito na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), e nas eleições municipais de 2024, teve a coragem de colocar seu nome à disposição como candidato a vereador, representando sua comunidade no espaço político.

A morte de Haprã abala profundamente os alicerces simbólicos e espirituais da região. Sua trajetória curta, mas intensa, revela a força de uma juventude indígena que insiste em resistir, sonhar e ocupar espaços. Com seu jeito calmo e postura firme, conquistava respeito entre anciãos e jovens, entre lideranças e aliados das causas amazônicas.
O território Gavião perde um filho, a Amazônia perde uma voz, e o Brasil perde a chance de aprender mais com uma liderança que florescia.
Que os encantados o recebam em luz e que sua memória permaneça viva nas lutas de seu povo.
✍🏽 Por Robson Messias Lucas Santos
Diretor-Geral da Revista TOARA
Membro da Direção Estadual da FEBTUR – Federação Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Turismo – Pará
Saberes em Rota: A FEBTUR e o Turismo Sustentável da Amazônia
https://febtur.org.br/ii-congresso-febtur/
"Sustentabilidade também se faz com informação." É com esse espírito que Belém do Pará, coração vibrante da Amazônia, se prepara para um dos encontros mais simbólicos do turismo nacional. Entre os dias 10 e 15 de junho de 2025, a cidade será palco do II Congresso Nacional da FEBTUR (Federação Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Turismo), reunindo mais de 200 profissionais da comunicação, do turismo, estudantes, pesquisadores e representantes de comunidades tradicionais em uma grande celebração do saber, da cultura e do compromisso com o futuro.

Para Christina Hayne, presidente da FEBTUR no Pará, "este será um momento histórico". A participação de comunicadores dos nove estados da Amazônia Legal — com suas diversas vertentes de pensamento e formas distintas de narrar o território — representa um marco na construção de um turismo mais plural, justo e sustentável. "É imprescindível que todas essas vozes estejam presentes e sejam ouvidas — não apenas como participantes, mas como protagonistas da transformação que buscamos", afirma.

Turismo na Amazônia
O evento reforça o papel estratégico da Amazônia como destino turístico sustentável, destacando oportunidades que aliem desenvolvimento econômico, respeito à diversidade cultural e preservação do meio ambiente. As mesas e oficinas abordarão temas que vão do jornalismo ambiental ao turismo comunitário, da comunicação ética às tecnologias sociais aplicadas ao setor.
Palestrantes e conexões
Mais de dez palestrantes renomados — entre pesquisadores, comunicadores, líderes comunitários e empresários — compartilharão suas experiências, construindo pontes entre saberes tradicionais e técnicos. Além disso, o congresso será um espaço fértil para conexões e parcerias, promovendo o networking entre jornalistas, acadêmicos e empreendedores de diversas partes do Brasil.
Experiências imersivas
A programação vai além dos debates: os participantes terão a chance de vivenciar o turismo na prática, com roteiros em Belém continental e insular, Bragança e Augusto Corrêa, onde poderão mergulhar nas paisagens, sabores, sons e histórias do Pará profundo. Essas vivências visam mostrar, de forma sensível, o que significa experimentar a Amazônia com responsabilidade e encanto.
Diversidade amazônica em cena
Caravanas de comunicadores da Amazônia Legal levarão para Belém uma multiplicidade de vozes — de jovens acadêmicos a mestres da oralidade, de jornalistas indígenas a fotógrafos ribeirinhos. Essa convergência reafirma o compromisso da FEBTUR com a inclusão, a escuta e a valorização dos modos diversos de viver, pensar e comunicar a Amazônia.
Cinema pela Amazônia
CINE DEBATE
Uma Jornada Audiovisual por Territórios e Culturas
Robson Messias Lucas Santos é um profissional multifacetado que trabalha com jornalismo, arte, fotografia, cinema e produção para criar um impacto significativo através do audiovisual. Como editor-chefe da revista TOARA , sua abordagem é inovadora e profunda, trazendo uma visão única para o Cinema pela Amazônia , um projeto que destaca a riqueza cultural e ambiental da região amazônica e seus povos tradicionais.
Acadêmico em Licenciatura Educação do Campo, com enfase em Ciências Humanas e Sociais pela UNIFESSPA, além de ter se especializado em Cinema pela Fundação Roberto Marinho – Rede Globo, e em Fotografia Étnica, com ênfase em expedições a povos tradicionais. Sua trajetória é marcada pela busca constante para transmitir a diversidade, os desafios e a beleza da Amazônia por meio de diferentes linguagens artísticas.
Entre seus projetos de maior relevância, Robson se destaca por sua atuação no cinema, sendo premiado e reconhecido em diversos festivais, como o Cine Tamoios (RJ), o Motriz – Festival de Cinema de Planaltina e o Festival de Cinema de Alter do Chão . Cada um desses reconhecimentos ressalta sua dedicação e paixão em contar histórias visuais que retratam a Amazônia, suas culturas e os desafios enfrentados pelas comunidades que habitam essa vasta região.

Com um olhar atento para as questões ambientais e sociais, o projeto Cinema pela Amazônia tem sido uma plataforma essencial para fortalecer a preservação dos saberes ancestrais e destacar as lutas cotidianas dos povos amazônicos. Através de suas produções audiovisuais, Robson tem ampliado a visibilidade de territórios frequentemente esquecidos, criando uma ponte entre o cinema, a arte e a conscientização sobre a preservação ambiental e cultural.
Quando a Amazônia Fala, a Academia Escuta: Memória, Educação e Interculturalidade em Dois Dias de Encontro Histórico





